terça-feira, 20 de maio de 2014

ProntoSocorro


Este é o termo composto que caracteriza o lugar: Pronto Socorro. Sugestivo, não? Pois se o próprio “socorro” alude a um imediato, que auxilia no encaminhamento de uma situação, o “pronto” somente reforça a ação a ser implementada.

Eis que, neste lugar do atendimento breve, passei horas difíceis, onde o sofrimento se dava por um mal anunciado, uma dor física bem localizada e um mal por ser falado, que só poderia dar-se a identificar em sua própria anunciação: uma dor da alma.

Alma é o nome que se dá ao terreno das idéias e das emoções. Terreno caudaloso, por vezes confuso, inventor de mundos e viveres marcados pelo jeito próprio de seu criador.

De que padece este ser? Apalpadas... hipóteses. Picadas... hipóteses. Toques... outras hipóteses. Observações... mais hipóteses. E, procedimentos!... que, por fim, comprovam ou não as hipóteses. Tanta preocupação com as hipóteses... e onde fica o sujeito? Irremediavelmente preso ao mal anunciado. Um mal tão bem localizado (no organismo) que chega a justificar por si só os procedimentos. O sujeito encontra-se aí, assujeitado aquilo que lhe é dito por outrem, não qualquer um, a partir da técnica adequada.

Se neste cenário lhe fosse dado voz, ao sujeito, talvez esse assim se pronunciaria: “Pronto. Socorro!!!!!!”.