Este
é o termo composto que caracteriza o lugar: Pronto Socorro. Sugestivo, não?
Pois se o próprio “socorro” alude a um imediato, que auxilia no encaminhamento
de uma situação, o “pronto” somente reforça a ação a ser implementada.
Eis
que, neste lugar do atendimento breve, passei horas difíceis, onde o sofrimento
se dava por um mal anunciado, uma dor física bem localizada e um mal por ser
falado, que só poderia dar-se a identificar em sua própria anunciação: uma dor
da alma.
Alma
é o nome que se dá ao terreno das idéias e das emoções. Terreno caudaloso, por
vezes confuso, inventor de mundos e viveres marcados pelo jeito próprio de seu
criador.
De
que padece este ser? Apalpadas... hipóteses.
Picadas... hipóteses. Toques...
outras hipóteses. Observações... mais
hipóteses. E, procedimentos!... que, por fim, comprovam ou não as hipóteses.
Tanta preocupação com as hipóteses... e onde fica o sujeito? Irremediavelmente
preso ao mal anunciado. Um mal tão bem localizado (no organismo) que chega a
justificar por si só os procedimentos. O sujeito encontra-se aí, assujeitado aquilo que lhe é dito por
outrem, não qualquer um, a partir da técnica adequada.
Se
neste cenário lhe fosse dado voz, ao sujeito, talvez esse assim se
pronunciaria: “Pronto. Socorro!!!!!!”.