domingo, 30 de novembro de 2014
Novos?
Quantas vezes despi meu
olhar de conhecimentos
vencidos. Foram-se uns quantos
para que outros novos fossem
vistos. Desde já:
novos/vencidos?
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Sapatos...
Rendo-me a necessidade de
sapatos novos. Eles resolvem
o problema de instituir novos
passos. Mas e se eu quiser voar...?
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
De onde vem a música do piano?
No piano o “tio” toca Asa Branca, de Luiz Gonzaga. O cenário? Uma rodoviária, o terminal do Tietê. Com muitos nordestinos e turistas estrangeiros da copa. Ao fundo do piano, um telão com o programa domingueiro do Faustão. Aquele que toca, de repente, para. Já é a segunda vez que testemunho isso. Aqueles que se sentam ao redor, num bar, permanecem inertes. Nenhum assovio, riso, tampouco palmas... Nenhum olhar em direção ao belo piano preto, e sua música.
Ao parar de tocar, o senhor levanta-se e em meio a um ritual, recolhe
o banco sob o piano, fecha o acesso aos teclados, abaixa a tampa e sai sem
fitar ninguém. Passa por mim que o observo atentamente. Ele nota. Corresponde
com o olhar. Estava esperando isso? Digo: “parabéns!” Ele responde: “Obrigado!
Tá bom?!” Falo: “Sim, muito bom!” Ele segue para fumar seu cigarro. Dou conta
de seu retorno quando reinicia a tocar. É um tocador! Vejo que ele olha
discretamente em minha direção, flagrando-me acordar de meu sono cotidiano ao
ouvir sua música.
Uma única visada. E, parte a tocar. Pelo tempo que se segue, não
levanta mais a face. É algo entre ele e o piano. Será? Para fazer sentido,
sempre um terceiro é necessário.
Ahh! A música do piano. De onde ela vem? Das cordas do instrumento,
da técnica fruto da iniciativa individual do artista, ou do reconhecimento que
se dá pela via da terceiridade?
Faustão anunciou o intervalo comercial. Aproveitei, peguei minha
bolsa e saí. Segui, tocando-me...
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