domingo, 21 de setembro de 2014

COMENTÁRIO LIVRO "A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS"






A morte como narradora das cenas que se passam no enredo do livro “A menina que roubava livros” apresenta um paradoxo deveras interessante. A morte, digna representante do irrepresentável, do real que se impõe apesar das palavras, é autora de histórias que bem mostram como os “fins” engendram a novidade. Por mais que passe desapercebido, como se fosse um fluxo contínuo e retilíneo da mesmidade, o novo se impõe pelos efeitos que produz e que só podem ser reconhecidos, portanto significados, a partir de novas representações, no “só depois”. A morte como narradora mostra a partir de seu papel como o fim e o início são interdependentes. Abrir mão de ter controle absoluto sobre uma continuidade ou desfecho, dá lugar ao desenlace impulsionado pela “novação”. A grande história da segunda guerra mundial, cenário do livro, é sustentada por muitas outras histórias. São muitos inícios e fins que constituem o início e fim deste grande conflito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário